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A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores.”

                                                                                              (Jean Piaget)

CONCEPÇÃO PEDAGÓGICA

Mire e veja: O importante e bonito do mundo é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas, mas que elas vão

sempre mudando. ’’ Guimarães Rosa

 

Considerando a necessidade dos países em desenvolvimento não negligenciar o crescimento mundial e o indispensável ingresso no universo da ciência e da tecnologia com o que isto implica em matéria de adaptação de culturas e de modernização de mentalidades, faz – se necessário adotar políticas educativas capazes de contribuir para um mundo melhor, para um desenvolvimento humano sustentável, para a renovação de uma vivência concreta da democracia a serviço do desenvolvimento econômico e social visando ao acesso ao conhecimento no mundo de amanhã.

 

A educação deve ser encarada como uma construção contínua da pessoa humana, dos seus saberes e aptidões, de sua capacidade de discernir e agir. Deve transmitir, de fato, de forma maciça e eficaz, cada vez mais saberes e saber - fazer evolutivos, adaptados a civilização cognitiva de forma a aproveitar e explorar, do começo ao fim da vida todas as ocasiões de atualizar, aprofundar e enriquecer estes primeiros conhecimentos, e de se adaptar a um mundo em constante mudança. (DELORS, 2000, p. 89)

 

Para que a escola dê conta desta “missão” importa conceber a educação como um todo se orientando essencialmente em torno de quatro pilares do conhecimento:

 

  • Aprender a conhecer, adquirir instrumentos de compreensão. Aprender a conhecer supõe, antes de tudo, aprender a aprender, exercitando a atenção, a memória e o pensamento de forma a se beneficiar das oportunidades oferecidas pela educação ao longo de toda a vida.

 

 

  • Aprender a fazer para poder agir sobre o meio a fim de adquirir, não somente uma qualificação profissional, mas de uma maneira mais ampla, competências que tornem a pessoa apta para enfrentar numerosas situações e a trabalhar em equipe.

 

  • Aprender a viver juntos, esta aprendizagem representa hoje em dia um dos maiores desafios da educação, visa participar e cooperar com os outros em todas as atividades humanas.

 

  • Aprender a ser para melhor desenvolver a sua personalidade e agir com maior capacidade de autonomia, discernimento e responsabilidade pessoal para compreender o mundo que as rodeia e comportarem-se nele como atores responsáveis e justos.

 

Observando a necessidade de organizar o trabalho escolar dentro dos quatro pilares da educação e tendo a concepção construtivista como parâmetro para o trabalho realizado em sala de aula, vemos o conhecimento não como algo situado fora do indivíduo, ou como algo que o indivíduo constrói independentemente da realidade exterior e sim uma construção histórica e social, na qual interferem fatores de ordem cultural e psicológica.

Segundo pesquisas realizadas, o processo de desenvolvimento e aprendizagem é resultado das sucessivas interações do indivíduo com o meio e que o biológico (Piaget), o afetivo (Wallon) e o social (Vygotsky) se influenciam mutuamente, a “aquisição de conhecimentos é um processo de construção que se inicia com o nascimento e continua por toda a vida”.

Pois, desde o nascimento, estabelecem-se relações recíprocas e contínuas entre o ser humano e o meio, através das quais o indivíduo vai gradativamente tornando-se mais autônomo, com possibilidade crescente de dominar e intervir sobre o meio transformando-o e, ao mesmo tempo sendo por ele transformado.

Logo a construção do conhecimento é entendida como resultante de adaptações da criança com o meio, sendo os agentes culturais, peças imprescindíveis para esse processo.

 

A concepção da aprendizagem e do ensino parte do fato óbvio de que a escola torna acessíveis aos seus alunos aspectos da cultura que são fundamentais para o seu desenvolvimento pessoal e não só no âmbito cognitivo; a educação é motor para o desenvolvimento, considerado globalmente, e isso também supõe incluir as capacidades de equilíbrio pessoal, de inserção social, de relação interpessoal e motora. (COLL; SOLÉ, 1998, p.19)

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PAPEL DA ESCOLA

A escola como função social tem compromisso de garantir a aprendizagem de certas habilidades e conteúdos ler, interpretar a grande quantidade de informações existentes, conhecer e compreender tecnologias disponíveis e assim construir a cidadania voltada a uma prática educacional do educando e seus direitos e de responsabilidades em relação a sua vida social, coletiva e ambiental.

Nessa perspectiva, as crianças não podem ser tratadas apenas como cidadãos em formação. Elas já fazem parte do corpo social e por isso, devem ser estimuladas para que façam frutificar todos sem exceção os seus talentos e potencialidades criativas desenvolvendo as expectativas e projetos em relação ao conjunto da sociedade.

Temos que ter em mente que a educação básica só será bem-sucedida se conseguir transmitir às pessoas o impulso e as bases para que continuem a aprender ao longo de toda a vida, no trabalho, mas também fora dele, um dos princípios da EJA, modalidade atendida por esta unidade escolar. “Isto requer que a escola seja um espaço de formação e informação, em que a aprendizagem de conteúdos deve necessariamente favorecer a inserção do aluno no dia-a-dia das questões sociais marcantes e em um universo cultural maior.” (BRASIL, 1997, p. 45).

 

“Levar em conta que a elaboração do conhecimento requer tempo, esforço e envolvimento pessoal, bem como ajuda especializada, incentivo e afeto, pode contribuir para modificar em certo grau o processo, para ajustá-lo mais àquilo que esperamos: que os alunos aprendam e fiquem contentes por aprender; que os professores comprovem que seus esforços são úteis e sintam-se gratificados”. . (COLL; SOLÉ, 1998, p.19)

 

 

 

“Chega mais perto e contempla as palavras. Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra,

E te pergunta, sem interesse pela resposta pobre ou terrível que lhe deres:

Trouxestes a chave?”

Carlos Drummond de Andrade

 

“Ao analisarmos a prática pedagógica de qualquer professor observamos que, por trás de suas

ações há sempre um conjunto de ideias que o orienta”. (Weisz, Telma. in O diálogo entre ensino e aprendizagem. SP, Ática,1999).

 

Com relação à concepção de ensino e aprendizagem o professor deve ter bem claro que o educando quando entra na escola traz conhecimentos adquiridos ao longo da sua história de vida, que devem ser respeitados. Caberá ainda ao professor criar situações que permitam aos alunos estabelecer relações entre o que se aprende na escola e o que se vive fora dela, em sua vida cotidiana.

Nossa concepção baseia-se no construtivismo, em que o aprendiz é um sujeito protagonista do seu próprio processo de aprendizagem, alguém que vai produzir a transformação que converte informação em conhecimento próprio.

Esta construção pelo aprendiz, não se dá por si mesma e no vazio, mas a partir de situações nas quais ele possa agir sobre o que é objeto de seu conhecimento, pensar sobre ele, recebendo ajuda, sendo desafiado a refletir e interagindo com outras pessoas. O professor deve ser um mediador entre o conhecimento e o sujeito, observando a ação das crianças, problematizando suas produções, intervindo sempre que se fizer necessário e levando seus alunos a refletir sobre suas ações e descobertas, apoiando- os na construção de novos saberes. No entanto, acreditamos que todas as crianças podem aprender, desde que sejam oferecidas a elas condições para isso.

Desta forma, cabe ao professor criar boas situações de aprendizagem, em que as atividades propostas garantam que os alunos coloquem em jogo tudo que já sabem e pensam sobre os conteúdos que se quer ensinar; que os alunos tenham sempre problemas a resolver e decisões a tomar, significando suas produções.

Na práxis pedagógica, o educador assume o papel de mediador entre a cultura elaborada, acumulada e em processo de acumulação. O professor exerce papel de um dos mediadores sociais entre o universal da sociedade e o particular do educando. (LUCKESI, 2007).

Para exercer seu papel de educador, o mesmo deve possuir algumas qualidades tais como: compreensão da realidade com a qual trabalha, comprometimento político, competência no campo teórico de conhecimento e competência técnico-profissional. A gestão de sala de aula é uma peça fundamental para o sucesso das relações de ensino-aprendizagem, sendo atribuição do professor desenvolver as competências necessárias para realizá-la de forma produtiva. Pensar em gestão implica em pensar na administração do tempo, do espaço, no conteúdo, na construção da autonomia e nas intervenções do professor que promovam avanços nas aprendizagens, dentre outras coisas. (PMSBC, 2004, p. 64).

Na concepção construtivista o professor, em sala de aula, deve levar em conta fatores sociais, culturais e a história educativa de cada aluno, como também características pessoais de déficit sensorial, motor, psíquico, ou de superdotação intelectual. (BRASIL, 1997,p.97), de forma a garantir condições de aprendizagem a todos os alunos, seja por meio de incrementos de intervenção pedagógica ou de medidas extras que atendam às necessidades individuais.

Portanto, cabe ao professor enquanto mediador entre o pensamento original da criança (cotidiano) e a cultura elaborada (científico), criar condições favoráveis para que ocorra aprendizagem significativa: organizar conteúdos a serem desenvolvidos levando em conta os conhecimentos prévios dos alunos, potencializando-os positivamente, de forma a favorecer a autoestima, pois é a atuação do professor, no sentido de integrar novos conhecimentos àquilo que a criança já domina que a leva alcançar um nível de pensamento com grau de complexidade cada vez maior. É necessário reconhecer que é através das 

situações intencionalmente criadas pelo professor que a criança estabelece contato com a cultura, legado de tantos homens, da humanidade.

 

Estabelecer uma nova relação com quem está aprendendo, passar do papel de “solista” ao de “acompanhante”, tornando-se não mais alguém que transmite conhecimento, mas aquele que ajuda os seus alunos a encontrar, organizar e gerir o saber, guiando mas não modelando os espíritos, e demonstrando grande firmeza quanto aos valores fundamentais que devem orientar toda a vida. (DELORS, 2000, p. 89)

CONCEPÇÃO DE ENSINO APRENDIZAGEM

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